Vale quanto pesa: Independiente del Valle 2 x 2 Flamengo
Arbitragem caseira atrapalha tanto quanto a altitude e a qualidade do campeão da Sula, que jogou melhor do que o campeão da Liberta
Por Mauro Beting
Quando um time já é histórico e segue perseguindo mais recordes e páginas antológicas, faz o que fez o Flamengo nos 2.800 de Quito contra o ótimo Independiente del Valle, na primeira perna da Recopa: vai buscar um belo 2 a 2 quando parecia tudo mais do que perdido no Equador, também pela arbitragem mais caseira que a falta de ar na altitude.
A fase é tão especial que o time não se ressentiu tanto da ausência de Gabriel Barbosa e da escolha que não foi feliz de
Jorge Jesus na primeira etapa . Diego por dentro ao lado de Everton Ribeiro e Arrascaeta não fez o time ficar com a bola e isolou demais Bruno Henrique. Também porque a marcação asfixiante na boa saída de bola equatoriana não pôde ser exercida na falta de ar na altitude.
O Independiente foi bem enquanto teve mais caixa. Explorou bem o lado direito e fez 1 a 0 na falha de Diego Alves em cobrança de falta. Bola defensável para um goleiro como ele. Mas erro defensável pela altitude que potencializa a velocidade da bola e tira o melhor tempo de resposta possível dos goleiros não acostumados.
JJ melhorou o time no intervalo com Vitinho no lugar de Diego e o meia uruguaio centralizado. Mas o IDV é ótimo e chegava mais perto da meta brasileira para ampliar o placar quando BH escapou como se estivesse no Rio e empatou.
(Como já havia feito na primeira etapa, em lance anulado pelo VAR que ainda não me convenceu da posição irregular do atacante, mas que devemos acatar - tecnologia enxerga mais do que meus olhos míopes e alguns cotovelos idem).
BH se lesionou sério no choque com o goleiro Pinos. Mas o Flamengo responde a uma ausência grave com um talento que deveria ter começado a decisão. Pedro foi pro jogo e pras redes no belo lance de Everton Ribeiro.
Seria outra virada inacreditável para um time cada vez mais crível não fosse um pênalti bem caseiro e sul-americano marcado para o Independiente, de Rafinha em Murillo.
Empate com gols melhor do que a encomenda carioca pelo adversário, regulamento, local e desempenho rubro-negro. Mas sensação de que a arbitragem equilibrou ainda mais o placar e a parada para a volta no Maracanã.
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