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Velhas práticas, velhos erros

Insistimos em treinar mal os árbitros e depois jogá-los nas arenas

Por Péricles Bassols

O resultado nunca é diferente. Já este ano tivemos penais claros e cartões vermelhos sonegados no Rio. Os mesmos erros em São Paulo, o que culminou com a punição de afastamento e "reciclagem" (detesto este termo), do árbitro Flávio Roberto Mineiro Ribeiro e de sua equipe depois de um jogo entre São Paulo x Novorizontino.

Em Recife, o jogo entre Sport x Retrô tem grande chance de ser anulado depois de um erro de direito. A equipe de José Washington, árbitro da partida, também deve ser afastada.

Lamentavelmente tais erros levam, algumas vezes, a agressões inadmissíveis como a do dirigente do Caxias contra o árbitro Lucas Canetto Bellote após o jogo entre Caxias e Botafogo, nesta quarta, pela Copa do Brasil. Lucas não pôde ver uma mão para pênalti e seu assistente não conseguiu ajudá-lo. Melhor treinado, as chances deste lance passar seriam bem menores.

Jogo entre Caxias x Botafogo ficou marcado por protestos contra a arbitragem
Jogo entre Caxias x Botafogo ficou marcado por protestos contra a arbitragem

As comissões estaduais insistem em sistemas de pré-temporada insuficientes.

Desde 2005 eu frequentei pré-temporadas antes de campeonatos estaduais. Atuei quase toda minha carreira no Rio de Janeiro e os últimos três anos foram em Pernambuco. Em todos estes anos, posso dizer que muito pouco se evoluiu no que diz respeito a oferecer ao árbitro tempo real de treino técnico, físico e psicológico.

Algumas metodologias melhoraram depois de 15 anos, mas nada que chegue perto de um treino constante que massifique práticas e conceitos.

Além disso, são poucas as federações com uma quantidade de instrutores capazes de passar algo que seja relevante e que de fato faça diferença. Ainda quando convidam instrutores melhor treinados da CBF, o tempo é curto. Dificilmente uma pré-temporada passa de cinco dias. Na Uefa, por exemplo, neste momento estão completando quase dois meses de treinamento.

Normalmente são feitas por presidentes de comissões de arbitragem, quase sempre postos no cargo politicamente, para inglês (presidente de federação) ver. Desta maneira eles vão enganando e se enganando.

O resultado que se colhe todo ano é um começo de campeonato instável por parte dos árbitros, que vêm de quase dois meses parados, enquanto jogadores passam em média três, quatro ou até mais semanas se preparando.

Seguimos ano após ano abreviando ou atrasando a carreira de árbitros promissores por pura falta de continuidade no treinamento. Não foi erro das comissões escalar esses árbitros para os jogos que acabaram em polêmica. Eles mereceram chegar a estas escalas e literalmente "gramaram" para conquistá-las.

O maior erro é puní-los e tirá-los da única forma que temos de treinar: que é no próprio jogo. Seguimos alimentando leões com árbitros.

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