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Dia da consciência negra: relembre jogadores que se impuseram contra o racismo na Europa

Sterling, Taison, Balotelli, Lukaku e diversos outros se posicionaram firmemente contra racismo sofrido em estádios

Taison se revoltou contra o racismo na Ucrânia
Taison se revoltou contra o racismo na Ucrânia (Reprodução/Instagram)

Por Redação do Esporte Interativo

Nesta quarta-feira (20), celebra-se, no Brasil, o Dia da Consciência Negra. A data, escolhida por ser o dia em que Zumbi dos Palmares teria morrido, é um marco para a luta - ainda necessária - contra o racismo. Dessa forma, o Esporte Interativo relembra casos de jogadores que, recentemente, se posicionaram firmemente contra a discriminação racial.

Na Europa, o problema é bastante atual. Em 2019, brasileiros como Taison e Dentinho foram alvo de racismo na Ucrânia, além de Balotelli, Lukaku e Sterling. O debate sobre os cânticos racistas que têm assolados os estádios europeus ganhou espaço no Velho Continente na atual temporada, especialmente por conta dos casos que se repetem em campeonatos nacionais e datas Fifa.

Na Itália: Lukaku, Koulibaly e Balotelli não se calam

O futebol italiano tem sido marcado por problemas extracampo envolvendo a discriminação racial. Kalidou Koulibaly, zagueiro senegalês do Napoli, foi uma das vítimas. Na partida contra a Internazionale, em dezembro do ano passado, o defensor se revoltou com torcedores que imitavam macacos para provocá-lo.

Koulibaly racismo
Koulibaly recebeu apoio de torcedores do Napoli após caso de racismo em 2018 (Foto: Francesco Pecoraro/Getty Images)

Apoiado por Carlo Ancelotti - que afirmou que tiraria o time de campo em caso de novo incidente - Koulibaly se mostrou orgulhoso de ser quem era: "Tenho orgulho da cor da minha pele. Orgulho de ser senegalês, francês e napolitano: um homem", publicou em seu Twitter.

Mais recentemente, se pronunciou a respeito dos casos envolvendo Romelu Lukaku e Mario Balotelli, pedindo punições mais severas e revelando que se inspira em Martin Luther King e Malcom X ao 'Corriere della Sera'.

O racismo nos estádios tem de ser derrotado. Mas para sermos bem-sucedidos nisso, precisaremos do Estado, para ajudar a acabar com esses hábitos nada saudáveis. Cresci lendo Martin Luther King e Malcom X, os tendo como modelos, tutores e educadores. Símbolos de um desafio que tem de ser vivido junto e, no nosso caso, especialmente pela lei. Vamos seguir com suspensões, até mesmo por toda a vida se necessário. Se não, corremos o risco de sermos prisioneiros de uma minoria que pode se multiplicar."

Lukaku nasceu na Bélgica, mas é filho de pais congoleses e carrega consigo a pele negra. Reforço da Internazionale nesta temporada, o centroavante também foi vítima de racismo na Itália e pediu para que a comunidade do futebol, como um todo, se una para acabar com a discriminação.

"O futebol é um jogo que deve ser aproveitado por todos. Não devemos aceitar nenhuma forma de discriminação que traga vergonha para o jogo. Espero que as federações ao redor do mundo reajam firmemente a todos os casos de discriminação. Senhoras e senhores, estamos em 2019. Ao invés de avançarmos, estamos regredindo e, como jogadores, temos de nos unir e nos pronunciarmos sobre esses casos, para manter o jogo limpo para todos", afirmou em uma publicação em seu Instagram.

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Por fim, Mario Balotelli. Alvo de diversas polêmicas durante sua carreira, o Super Mario também é alvo de muitos casos de racismo. Hoje no Brescia, o ex-jogador de Inter e Milan se revoltou com torcedores do Hellas Verona no início do mês, depois de ouvir imitações de macaco e cânticos racistas.

O camisa 45 chutou uma bola na direção das arquibancadas e chegou a deixar o gramado, mas foi convencido a voltar à partida. Em seu Instagram, se pronunciou contra o racismo sofrido, especialmente após declaração de um torcedor do Verona, que afirmou que Balotelli - nascido na Itália - nunca seria totalmente italiano.

"Aqui, amigos, já não tem mais a ver com futebol. Estão insinuando a situações sociais e históricas maiores que vocês, pequenos seres. Estão ficando loucos. Acordem, ignorantes. Vocês são a ruína. Essas pessoas deveriam ser banidas da sociedade, não só do futebol. Basta."

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Taison e Dentinho choram após caso de racismo na Ucrânia, mas dão importante lição

No dia 10 deste mês, o Shakhtar Donetsk, clube ucraniano já com tradição de contratar brasileiros, enfrentou o Dinamo de Kiev. A vitória do Shakhtar, entretanto, foi ofuscada pelos casos de racismo que fizeram Taison e Dentinho deixarem o gramado chorando. O primeiro deles, expulso por se revoltar contra os torcedores ainda durante o jogo, usou o Instagram para mandar mensagem fortíssima.

"Jamais irei me calar diante de um ato tão desumano e desprezível! Minhas lágrimas foram de indignação, de repúdio e de impotência por não poder fazer nada naquele momento! Em uma sociedade racista, não basta não ser racista, precisamos ser antirracistas!

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Dentinho, que também deixou o gramado em lágrimas, falou no dia seguinte sobre o que considerou ter sido o pior dia da sua vida. Admitindo que não queria falar sobre o racismo sofrido no clássico, o jogador ex-Corinthians também disse não poder ficar calado diante de "algo tão grave".

Eu estava fazendo uma das coisas que mais amo na minha vida, que é jogar futebol e, infelizmente, acabou sendo o pior dia da minha vida. Durante o jogo, por três vezes, a torcida adversária fez sons que lembravam macacos, sendo duas vezes direcionadas a mim. Essas cenas não saem da minha cabeça. Não consegui dormir e já chorei muito. Sabe o que eu senti naquele momento? Revolta, tristeza e nojo de saber que ainda existem pessoas tão preconceituosas nos dias de hoje."

Estrelas na Inglaterra, Sterling, Wijnaldum e Pogba levantam voz contra discriminação

Em um dos maiores esforços para combater o racismo, a Premier League lançou a campanha "No Room for Racism" (Sem Espaço para o Racismo, em tradução livre). Fundamentais em seus times na liga, Paul Pogba e Georginio Wijnaldum também deram declarações importantes sobre o assunto recentemente.

No Room for racism
Premier League mostra mensagens da campanha contra o racismo em todos os jogos da liga (Foto: Catherine Ivill/Getty Images)

Vítima de racismo nas redes sociais, o meio-campista do Manchester United utilizou seu Twitter para afirmar que os insultos discriminatórios lhe dão força para seguir em frente e mostrou que o esforço das gerações anteriores o motiva a lutar pelas próximas.

"Meus ancestrais e meus pais sofreram para que minha geração fosse livre, hoje, para pegar um ônibus, trabalhar e jogar futebol. Insultos racistas são ignorância e só podem me deixar mais forte e me motivar para lutar pela próxima geração", declarou Pogba em foto segurando o filho, ao lado de quadros de Martin Luther King e de seu pai.

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Wijnaldum, meia holandês do Liverpool, é o caso mais recente de jogador que aderiu publicamente à luta contra o racismo. Depois de presenciar um caso envolvendo torcedores do Den Bosch, da segunda divisão holandesa, o jogador ressaltou a necessidade de punições mais duras.

Se acontecesse conosco [seleção holandesa], eu deixaria o campo no mesmo momento. Ações têm de ser tomadas contra esse tipo de coisa; e não só contra o racismo. Uma saudação nazista também aconteceu. Como você pode fazer isso? É muito desrespeitoso. Não pode ser aceito. A punição tem que ser tão forte que ninguém fará isso."

Além deles, o jamaicano naturalizado inglês Raheem Sterling, considerado um dos melhores jogadores do mundo na atualidade, lançou um manifesto em abril deste ano, no jornal 'The Times', onde criticou as autoridades por não fazer "nem perto" do necessário para solucionar o problema.

Em todo o mundo jogadores negros e asiáticos, técnicos e torcedores, estão sujeitos ao racismo. Todos os dias, do futebol no parque à Champions League. Na minha opinião, as pessoas que mandam no jogo não estão fazendo nem perto do necessário para resolver isso. E isso não é bom o suficiente. Não sei quanto tempo vai demorar para as coisas mudarem, mas temos que começar agora. Não quero que a próxima geração de jogadores negros tenha que lidar com esse mal."

As maiores críticas na Europa ficam por conta das punições muito brandas dadas pela Uefa e pelas federações. Após os casos de racismo no jogo Bulgária x Inglaterra, a entidade europeia puniu os búlgaros com apenas dois jogos de portões fechados e uma multa de 65 mil euros (R$ 288 mil).

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