Prensada é da defesa!
Profissionais e remunerados do futebol precisam estudar mais a regra do jogo. Ou apenas a ler.
Por Mauro Beting
Regra 11. A do impedimento: "um jogador em posição de impedimento [o colorado Cuesta, no polêmico Corinthians 1 x 1 Internacional] está se movendo em direção à bola com a intenção de jogar essa bola e recebe uma falta antes de jogar ou tentar jogar a bola, ou disputando a bola com o adversário [o corintiano Jô), a falta é marcada - já que ocorreu antes que o impedimento tenha se concretizado".
O impedimento só acontece (só é "concretizado") se há posição + interferência. E Cuesta não interferiu em Jô. Foi o atacante quem derrubou o zagueiro.
A falta é anterior àquilo que seria impedimento - ou melhor, já nem seria, uma vez que Gil tenta jogar e parece ter encostado na bola que efetivamente Cantillo tocou e acabaria habilitando Cuesta, não houvesse a falta de Jô...
Lance para pouca interpretação. Apenas para leitura.
Algo que afeta o futebol brasileiro. E o brasileiro.
É das poucas regras realmente claras. Ainda que difíceis de serem entendidas. Por "ferirem" um dos princípios básicos da regra do jogo - não beneficiar o "infrator". Mas o texto, de fato, também privilegia o gol. O ataque. Logo, segue o jogo até a falta em Cuesta.
Ironia, foi uma falta do atacante contra um zagueiro. Mas era um zagueiro que atacava e foi aterrado faltosamente por um atacante que zagueirava.
Acontece. Tanto quanto o desconhecimento básico da regra. Ainda que esta seja uma situação pouco comum. Mas tipificada CLARAMENTE nas 17 regras.
Admito que atletas, treinadores, cartolas e jornalistas a desconheçam. Mas um mínimo de leitura é recomendável antes do escândalo e da polêmica esvaziada. A regra 11 é curta. Qualquer profissional ou remunerado do esporte precisa estudar minimamente antes. Ou buscar na internet para evitar algumas barbaridades cometidas.
Mas quem se preocupa em estudar?
Prensada é da defesa.