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Futebol Brasileiro

Sonhar, mentalizar e decidir: Lomba revela sua missão no Palmeiras e comenta o novo momento da carreira

Goleiro revela preparação para se tornar um reserva importante depois de tantos anos acostumado a titularidade e celebra atuação e vitória no primeiro clássico com a camisa do Palmeiras

 - Guilherme Dionizio/Código19/Gazeta Press (Guilherme Dionizio/Código19/Gazeta Press)
- Guilherme Dionizio/Código19/Gazeta Press (Guilherme Dionizio/Código19/Gazeta Press)

Por Rodrigo Fragoso e Priscila Senhorães

Sonhar, mentalizar e tomar decisões pode fazer muita coisa acontecer.

"O bom é que já estou com os meus 35 anos e posso conversar abertamente com você.

Mais pra frente você aí que está lendo vai entender do que estou falando. Apesar de alguns jogos no banco, ele fechou o ano de 2021 como titular do Internacional. Porém, o telefone tocou e uma decisão foi tomada. O marido da Paula sentou com a Rosa, de seis anos, e o João, de 10 anos, para explicar que depois de seis anos morando em Porto Alegre, o papai estava trocando de emprego e todos eles se mudariam pra São Paulo.

“Claro que na hora de tomar a decisão vem algumas dúvidas na cabeça, mas desde o momento que o Palmeiras me contactou eu tive a certeza de que era hora de ir. Eu não queria perder o momento que o clube está vivendo. E a minha família confia muito na minha tomada de decisão. Tanto a Paula quanto meus filhos. Às vezes eles perguntam se eu vou jogar, mas eles precisam entender que há momentos que estou jogando e tem momentos que não estou jogando”, contou Marcelo Lomba, em entrevista exclusiva à TNT Sports.

Aos 35 anos de idade e titular por onde passou, Lomba foi decisivo na vitória do Palmeiras contra o Santos. Foi o primeiro clássico com a camisa do clube e somente seu 9º jogo na temporada. Mas se alguém pensa que o goleiro está pensando em titularidade, vale a pena destacar: ele sabe exatamente qual a sua missão no Palmeiras desde o momento em que as conversas com o clube começaram.

Eu tenho uma missão e é justamente substituir o Weverton nos momentos em que ele vai pra Seleção.

"Eu tinha que vir preparado para isso, fez parte dessa decisão e tem feito parte do meu desempenho esse equilíbrio emocional, que é saber se preparar, saber esperar e poder também ajudar o elenco fora das quatro linhas com a experiência de ter jogado várias Libertadores, por exemplo, além de ter sido titular por onde passei. O Anderson Barros me conhecia dos tempos de Bahia”.

Para quem tem mais de 500 jogos na carreira, Lomba explica que a preparação mental para sair do banco em momentos decisivos e espaçados é tão importante quanto a preparação do dia a dia. E esse trabalho é realizado diariamente antes de dormir e no momento de despertar. Sonhar e mentalizar pode fazer muita coisa acontecer, lembra?

“Toda manhã e também à noite, antes de dormir, eu procuro imaginar as coisas que quero pro meu dia de amanhã ou até longo prazo. Começo a imaginar defesas, lances do jogo, lembro de defesas que já fiz, projeto defesas que vou fazer e também tento imaginar um momento de paz com minha família. Tento projetar o que Deus tem pra minha vida".

Ontem, por exemplo, eu imaginei muito eu dando entrevista depois da partida como se fosse destaque, sabe?

É bom ouvir ou ler alguém que declara logo no começo do bate-papo que já é tempo de falar abertamente. Se Lomba deixou a Vila Belmiro entregando segurança do começo ao fim do seu primeiro clássico com a camisa do clube fazendo seu segundo duelo nos últimos 18 jogos, aproveite para lembrar que ali está um ser humano que, mesmo aos 35 anos, vai sentir frio na barriga.

“Acho legal a gente chegar nesse ponto de falar sobre o jogador e sobre o ser humano, porque a gente vê muito jogador como ‘super star’. Ontem para ir pro jogo bateu um pouco de ansiedade. Eu estava há um tempo sem jogar, já tinha um mês desde a partida contra a Juazeirense e as semifinais do Paulistão aconteceram há mais tempo ainda, que foi um momento importante pra mim também. Eu respirei fundo na concentração e tentei lembrar de alguns momentos que já tinha jogado. Coloquei minha mente em ação e falei pra mim mesmo que faria só o simples bem feito. O feijão com arroz e o que nos dá segurança. E pronto, eu estava me preparando para esse momento”.

E toda a preparação deu resultado. Nos treinos, nas manhãs mentalizando o que deseja, nas noites sonhando com o que quer e pensando na família. Lomba deu entrevista hoje para a TNT Sports como um dos grandes destaques do jogo. O filho João entrou no bate-papo e deu nota 10 para a atuação do pai, contando com a aprovação da Rosa! E o sorriso apareceu no rosto ao comentar a vitória e a invencibilidade com a camisa do Palmeiras que segue firme: seis vitórias e três empates dentro de campo.

“Eu abri esse mesmo sorriso que estou abrindo agora ao final do jogo. Um jogo fora de casa que é 1 a 0, muito disputado no detalhe, quando acaba a gente sente até um alívio. Vencemos! O que importa são os três pontos no final, se eu serei o destaque ou o Gómez, o Dudu, o Veiga, isso não importa muito pra mim. Claro que vou fazer o melhor para ser reconhecido, mas o que importa é ganhar os três pontos. E aí você vai entrando no vestiário, o pessoal vai falando contigo, mandando mensagens, aí você fala ‘pô, consegui jogar’. Foi um jogo duro, é de se parabenizar a equipe do Santos, mas acima de tudo a parte mental do Palmeiras, que é muito forte”.

Confira outros trechos da entrevista exclusiva com Marcelo Lomba:

Chegada ao Palmeiras e elenco:

"Estou muito feliz. Primeiro por estar vivendo esse momento com o clube e com meus companheiros. É fruto de muito trabalho. Ficou mais fácil pra mim por chegar num clube que já vem conquistando esse espaço nos últimos anos no cenário brasileiro e no continente. Mas exige muito esforço e muito trabalho também. O Abel um dia disse que o talento nos traz até aqui, mas o esforço diário e o trabalho duro é o que nos mantém nesse nível. Guardei essa frase e é o maior exemplo do esforço dos jogadores, da disciplina do dia a dia que temos no CT, todo mundo buscando o melhor. São grandes jogadores, o Palmeiras tem bons jogadores em todas as posições, e quando o talento se encontra com o esforço diário, o resultado vem".

Liderança no elenco do Palmeiras:

"Esse papel não é imposto por ninguém, mas é uma coisa que as pessoas percebem. Esse é o exemplo do dia a dia. Você não impõe nada, você conquista esse espaço. Tenho procurado fazer isso. Mas, no fundo, o Palmeiras tem vários exemplos de atleta lá dentro, o clube criou um conceito de jogador disciplinar. Um exemplo enorme é o Gómez, na final do Paulistão perdemos o primeiro jogo da final no Morumbi, foi 21h30, acabou 00h, todo mundo foi dormir umas 3h. No dia seguinte teve treino e o Gómez foi o primeiro a chegar e estava treinando já. Pensei 'Pô, esse cara merece, ele é exemplo'. E eu quero ser exemplo como eles são, o bom é que não tendo eu, o Gómez ou o Weverton, tem vários outros dentro do elenco, isso é um dos trunfos de um elenco vencedor: Se levar ao limite na parte de preparação e nos jogos".

Ambição de vencer o Campeonato Brasileiro:

"É notório que o Palmeiras quer muito ganhar o Campeonato Brasileiro. Mas pela grandeza do Palmeiras, pelos jogadores e estrutura que tem, pelo momento do clube, estamos nos posicionando para disputar todos os títulos. Tanto que na Libertadores a gente quis fazer a melhor campanha. Além de ser o primeiro do grupo, a gente quis ser o primeiro geral. A gente tem se doado e esse todo é muito porque o Palmeiras investe muito em logística, em recuperação de jogadores, valoriza muito o grupo de atletas. Estamos bem, fortes, e acima de tudo estamos querendo. O grupo tem muita vontade de conquistar. Ontem contra o Santos foi mais um prova da força do grupo".

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