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Casadas desde 2020, Andressa Alves e Fran falam sobre orgulho LGBTQ+ e futebol feminino

Em entrevista exclusiva, atacante convocada para a Copa do Mundo e ex-jogadora comentam sobre relação, luta contra o preconceito e crescimento do esporte

Andressa Alves, de óculos escuros, e Fran se casaram em julho de 2020
Andressa Alves, de óculos escuros, e Fran se casaram em julho de 2020 (Reprodução/Instagram)

Por Ludmilla Florencio e Danilo Mendonca

Casadas há quase três anos, Andressa Alves e Fran são importantes comunicadoras em meio ao crescimento do futebol feminino e à luta contra o preconceito. Em entrevista exclusiva, a meia-atacante e a ex-jogadora, atualmente comentarista do Paulistão Feminino na TNT Sports, falaram sobre o relacionamento e todo o processo de aceitação ao longo dos anos até hoje.

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Nesta quarta-feira, dia 28 de junho, comemora-se o Dia Internacional do Orgulho LGBTQ+. Diante de um mundo estruturalmente discriminatório, a aceitação não é fácil. Andressa e Fran, por exemplo, se assumiram aos amigos e familiares mais próximos em momentos distintos da vida.

"Eu contei para os meus pais com 17 anos. Minha primeira namorada. Um pouco de choque, mas me apoiaram. Quando eu estava namorando a Fran eles sabiam também, mas era uma relação mais tranquila", disse Andressa.

Agora com 30 anos, a meia-atacante atuará no Houston Dash, dos Estados Unidos, na próxima temporada. Ela deixou a Roma, clube que estava há quase quatro anos. Nesta terça-feira (27), foi convocada por Pia Sundhage para a Copa do Mundo Feminina, que será disputada na Austrália e na Nova Zelândia, a partir do dia 20 de julho.

Franciele era jogadora da Seleção Brasileira. Ela se aposentou em 2018, após passagem pelo Avaldsnes, da Noruega. Ao longo da última década, dividiu a Amarelinha com Andressa, onde se aproximaram.

Demorei muito para me assumir publicamente. Me assumi aos 27 anos, já estava namorando, já estava quase que casada praticamente. Acho que foi mais uma questão da família. Da sociedade em si eu não tinha tanta preocupação, porque tinha o convívio com outras meninas e cada uma tinha uma história diferente: família apoiava, outras famílias não apoiavam. Mas para mim era a questão da família mesmo", revelou Fran, que só se assumiu durante o relacionamento com Andressa.

Antes de assumirem o relacionamento, a maior preocupação era saber como as pessoas reagiriam. O casal tinha medo, inclusive, de perder patrocínios - Andressa possui vínculo com a Nike. No entanto, viram uma enxurrada de mensagens positivas por parte de pessoas próximas e, também, do público de maneira geral.

Ao lado de Fran (dir.), Andressa Alves celebra conquista da Serie A pela Roma | Reprodução/Instagram
Ao lado de Fran (dir.), Andressa Alves celebra conquista da Serie A pela Roma | Reprodução/Instagram

O dia 28 de junho não é uma data que simboliza o orgulho LGBTQ+ por acaso.
Quando perguntadas sobre o processo de se assumir, mandaram um importante recado para toda a comunidade.

Não se sinta pressionada. Você não tem que se assumir só porque as pessoas estão se assumindo. E, o mais importante, você precisa estar bem com você pra depois tomar esse passo e viver a sua vida do jeito que você quer!”, disse Andressa.

“Seja você mesmo! Às vezes você quer se encaixar em um padrão que criaram que não é seu padrão. Às vezes a pessoa que agradar tanto o outro, que não vive a própria vida e não é feliz...Que se assuma na hora que é pra se assumir, que seja feliz, que sua inspire outras pessoas...e a comunidade só está crescendo! Está se tornando mais comum, tratado com menos indiferença... é isso. A palavra é respeito. Se não está te incomodando, respeitar o espaço do outro para que ele seja feliz!", destacou Fran.

O futebol feminino está crescendo exponencialmente tanto em termo de qualidade técnica quanto de interesse dos fãs. A modalidade, que chegou a ser proibida no Brasil de 1941 a 1979, hoje é vista ao vivo por todo o país, com transmissões de grandes competições e o fortalecimento do Campeonato Brasileiro.

O esporte não foge da pauta LGBTQ+. O ambiente que Andressa e Fran viram, de acordo com o casal, é um espaço de apoio. Companheiras de profissão, fãs e mídia lado a lado na luta contra o preconceito.

A a mídia também está apoiando, dando voz... os patrocinadores fazendo campanha e que antes não tinha, que era uma preocupação. Tendo esse respaldo dos patrocinadores, da TV. Hoje, a gente já vê que é comum contar uma história de amor na TV, por exemplo. Acho que melhorou bastante nos bastidores também. A maioria dos treinadores são homens e eles também tiveram que aprender a se adaptar ao mundo da mulher, lidar com algumas situações. Porque envolve tudo! Pode ser que reflita dentro de campo. Se o treinador estiver a par, sabe lidar com a situação. A gente tem esse respaldo... É muito legal ver essa evolução da sociedade.", afirmou Fran.

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