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Futebol Brasileiro

Hudson vê pressa do retorno do Carioca ligada à interesses individuais: 'só não enxerga quem não quer'

Jogador criticou Flamengo e Vasco e definiu fazer um gol no Maracanã, nesse momento, como falta de humanidade

Hudson responde virtualmente às perguntas ds jornalistas
Hudson responde virtualmente às perguntas ds jornalistas - Lucas Merçon (Lucas Merçon / Fluminense FC)

Por Aline Nastari

Depois de tantas indefinições por uma data e decisão pela justiça, o Fluminense retornará aos campos no próximo domingo (28) contra o Volta Redonda. Nesta quarta-feira o clube organizou a primeira entrevista coletiva virtual e Hudson atendeu a imprensa. O volante é um dos jogadores a ter publicado o manifesto redigido por alguns jogadores da equipe e vem se posicionando contra o retorno dos jogos, para o atleta a pressa na volta do Campeonato Carioca está ligada a interesses individuais de alguns clubes.

“É difícil ter que jogar futebol, a paixão da maioria do povo brasileiro, sendo que Brasil vive um momento difícil. Várias pessoas deixam de fazer as coisas, mas o futebol precisa voltar sem a preparação devida. Muito estranho essa pressa em voltar no Rio de Janeiro, o segundo estado mais afetado no Brasil. Tem outros estados com menor índice e sem essa pressa. A gente fica preocupado porque para mim o futebol está voltando com tanta pressa por diversos interesses internos e externos, só não enxerga isso quem não quer. Tenho contrato com o Fluminense e como jogador eu tenho que expor minha opinião e deixar claro o que eu penso e o que está acontecendo hoje não acho que é melhor. Talvez as pessoas responsáveis por tudo não estejam agindo por humanidade e sim por interesses externos e internos. Somos jogadores de futebol e precisaremos superar isso para performar”, revelou o volante.

No embate para o retorno do estadual no Rio de Janeiro, Fluminense e Botafogo foram as únicas equipes que se posicionaram contra. O jogador lembrou que os clubes pequenos têm uma necessidade maior de voltar a jogar pelo aspecto financeiro. Já em relação a Flamengo e Vasco, Hudson criticou as atitudes de ambos, mas preferiu não dar detalhes da sua opinião sobre os interesses desses clubes.

“Flamengo e Vasco são clubes grandes do futebol brasileiro, deveriam dar o exemplo, a gente vê favorecimentos acontecendo na parte externa, não vou me alongar porque não cabe muito a mim, me preocupo com futebol e tenho que me preocupar em performar, mas tenho uma opinião muito bem formada, confesso que prefiro não detalhar nem explicar pra não polemizar ainda mais tudo que já é polêmico nesse momento”, revelou.

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O Fluminense deixou claro em nota que voltaria aos campos acatando a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, mas continuava sendo contra o retorno, já que considera precoce. O clube pediu ainda a mudança de local da partida de domingo, agendada para o Maracanã. O Tricolor pede a Federação de Futebol do Rio de Janeiro que o jogo seja transferido ao estádio Nilton Santos. O intuito é não entrar em campo ao lado de um hospital de campanha em um momento em que a taxa de óbitos ainda é grande no estado.

“A gente está tendo que readaptar e tentar encaixar isso tudo de uma maneira que nos treinamentos a gente possa estar bem e atuar em alto nível, mas é muito difícil pensar nas pessoas se a gente está jogando futebol. Parece que não está acontecendo nada lá fora. O maior exemplo disso é o Maracanã que tem um hospital de campanha dentro do seu complexo e a gente pode fazer um gol e ter uma pessoa morrendo do lado, isso é no mínimo estranho, sem humanidade, é não pensar no próximo”, lembrou Hudson.

O volante lembrou ainda como a indefinição das datas nos últimos dias atrapalhou a preparação do clube que terá 9 dias de treinamento antes da volta aos campos contra o Volta Redonda, já que retornou às atividades no último dia 19.

“A preparação é prejudicada já que essas indecisões de data e locais. Se você tem jogo daqui há dois dias, tem que baixar a carga de treino, se for em cinco dias, pode pegar mais pesado. São coisas que variam muito e prejudicam a preparação do time. É uma readaptação, não tem como ter tudo perfeito, mas é bem visível que a preparação é prejudicada”, disse.

Confira as respostas da coletiva:

Situação de retorno

É uma situação completamente inusitada, não só para nós jogadores como para vocês. Estamos temos que nos readaptar constantemente as mudanças, situações que teremos que ter jogo de cintura, psicológico forte, não é fácil lidar com essa situação de calamidade pública no país inteiro, são números muito altos, uma preocupação para gente, além disso ainda temos que pensar em entrar em campo, tempo de preparação curtíssimo, a gente teve quatro ou cinco dias, muito pouco para pensar em um esporte de alto rendimento. Mas temos que superar tudo isso para entrar em campo para honrar a camisa do Fluminense, o que nosso presidente vem fazendo que nos dá muito orgulho, é uma situação inusitada, mas que teremos que passar por cima dela.

Nova paralisação após carioca

É uma questão de lógica e bom senso, os outros estaduais vão começar em meados de julho e vão terminar no início de agosto e o carioca podendo acabar muito antes, com três semanas de antecedência. A gente pode ficar esse período sem jogos, o que traz dificuldade em ritmo de jogo, sequência de jogos, no padrão tático e técnico da equipe, isso é lógico. Futebol um time com ritmo e sequência desempenha melhor o futebol. Ficamos sem entender essa pressa, dessa volta tão precoce por um momento que pelo que li atingiu segundo maior número de mortes e estamos aqui para cumprir nossas obrigações. Estou louco para voltar, mas acredito muito que poderíamos esperar um pouco mais.

Cabeça para voltar

A gente está tendo que readaptar e tentar encaixar isso tudo de uma maneira que nos treinamentos a gente possa estar bem e atuar em alto nível, mas é muito difícil pensar nas pessoas se a gente está jogando futebol. É a paixão de milhares de torcedores que vivem por isso e parece que não está acontecendo nada lá fora. O maior exemplo disso é o Maracanã que tem um hospital de campanha dentro do seu complexo e a gente fazer um gol e ter uma pessoa morrendo do lado isso é no mínimo estranho, sem humanidade, é não pensar no próximo. A gente tem muita noção quando as coisas acontecem perto da gente. Talvez as pessoas responsáveis por tudo não estejam agindo por humanidade e interesses externos e internos. Somos jogadores de futebol e precisaremos superar isso para performar.

Obrigatoriedade de entrar em campo

A gente frisou muito bem, partiu da gente esse manifesto e a nossa preocupação está nas pessoas que estão morrendo e também em relação a capacidade física, a probabilidade maior de se lesionar em uma partida de futebol, em um jogo tem que dar o máximo sempre, não dá para se poupar. A gente está a mais de três meses parado e você imagina voltar a jogar com menos de dez dias com corpo se adaptando ainda ao gramado. É uma preocupação muito grande, nossa pré-temporada ficamos 30 dias de férias e na nossa primeira semana tivemos várias lesões musculares, mais de 90 dias e precisamos voltar em 10. Um desgaste completamente desnecessário para que o bom-senso prevaleça em tudo, a nossa preocupação continua, dez dias são poucos, mas vamos ter que superar mais uma vez.

Protesto em jogo

A gente não programou ainda, nossa indignação é visível, mas ainda não temos uma forma de protestar. Nosso manifesto foi muito claro para todo mundo entender o que se passava na cabeça dos jogadores exclusivamente, no momento a decisão mais importante foi se posicionar e saber o que o atleta pensa. Estamos preocupados em se recuperar fisicamente e ter o contato com a bola, estamos focados isso para que a gente possa fazer o melhor possível.

Quantos % vai entrar em campo?

Muito difícil falar em porcentagem, tivemos um período de treinos em casa, mas cada um tinha uma condição, tinha atleta em uma varanda, atleta em um espaço maior, uns que tinham um gramado. Cada um está de uma forma diferente, uma incógnita como o Fluminense vai performar, 10 dias não dá para ter uma base física que iguale todos os jogadores, boa pergunta, mas que só vai ter resposta após o jogo.

Cabeça dos jogadores para jogar

A gente entra no campo para treinar e procura esquecer qualquer fator externo, mas a preparação é prejudicada já que essas indecisões de data e locais, nos atrapalham. Se você tem jogo daqui há dois dias tem que baixar a carga de treino, se for em 5 dias pode pegar mais pesado, coisas que variam muito e prejudicam a preparação do time. É uma readaptação, não tem como ter tudo perfeito, essas coisas são bem visíveis que a preparação é prejudicada.

Decisão do Manifesto

Nós jogadores temos um grupo e achamos importantíssimo nos posicionar com a parte física, de lesão. Eu na minha carreira estou com 32 anos, já joguei em vários clubes e não tinha tido um presidente tão transparente, preocupado com que os atletas pensam, com a instituição e torcedores, cara que trabalha pro Fluminense e não pensa em fatores externos, ele pensa no que é melhor pro Fluminense e pro futebol brasileiro. Nós percebemos muito isso, compactuo com o posicionamento dele, mas o manifesto foi pensado exclusivamente na nossa performance, porque dentro de campo seremos cobrados da mesma forma, não tem a consideração que é momento de readaptação e a nossa preocupação é essa. Um momento como esse não temos a possibilidade de ter uma preparação como qualquer profissional deve ter.

Posição do clube

Minha opinião, eu concordo sobre tudo que presidente vem fazendo. Ele é um cara consciente, se posiciona muito bem e no lugar dele me posicionaria igual, momento difícil, ter que jogar futebol, paixão da maioria do povo brasileiro, sendo que Brasil vive momento difícil. Várias pessoas deixam de fazer as coisas, mas o futebol precisa voltar sem a preparação devida. Muito estranho essa pressa em voltar no Rio de Janeiro, segundo estado mais afetado no Brasil. Tem outros estados com menor índice e sem essa pressa, converso com jogadores de outros estados e o posicionamento é que deve ser uma volta gradual, sem pressa, sem atropelar e a gente fica preocupado porque para mim o futebol está voltando com tanta pressa por diversos interesses internos e externos, só não enxerga isso quem não quer. A gente tem que conviver com isso. Tenho contrato com o Fluminense e como jogador eu tenho que expor minha opinião e deixar claro o que eu penso que é o melhor e o que está acontecendo hoje não acho que é melhor, tinha que ser com mais calma.

Atleta contaminado

Em relação ao atleta, de forma ética achamos melhor não falar quem é. Está se recuperando e logo estará entre nós, a gente prefere não falar sobre isso. É uma adaptação a jogar sem torcida, contaminações grandes, futebol de hoje em dia é uma luta psicológica grande. Imagina um jogo de futebol perante a uma situação como essa tão difícil, país tentando se reerguer e abaixar a curva de contaminação e a gente voltar a fazer uma coisa normal no dia a dia sem que tudo esteja normal lá fora.

Postura da torcida

Fluminense está sendo exemplo nessa situação, certeza que vai ser lembrado por se posicionar. A torcida como sempre está apoiando o clube, a gente recebe mensagem em redes sociais diariamente de apoio ao nosso posicionamento e a nossa volta. Eles têm dado exemplo de estar abraçando um clube em momento difícil para o clube e para eles. Estão se esforçando ao máximo, para ajudar ao clube a ajudar ao clube a continuar honrando compromissos. Nos motiva mais, nos dá mais alegria de poder voltar que é por ela que estamos brigando e vamos brigar dentro do campo.

Interesses de Flamengo e Vasco

Não só Flamengo e Vasco como os pequenos também que precisam do futebol, mas ainda para se manter, é a oportunidade de jogadores se mostrarem e conseguirem contrato para o segundo semestre. Flamengo e Vasco são clubes grandes do futebol brasileiro, deveriam dar exemplo do futebol brasileiro, a gente vê favorecimentos acontecendo na parte externa, não vou me alongar porque não cabe muito a mim, me preocupo com futebol e tenho que me preocupar em performar mas tenho uma opinião muito bem formada, confesso que prefiro não detalhar nem explicar para não polemizar ainda mais tudo que já é polêmico nesse momento.

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