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Flamengo e Vasco unidos num poço de insensatez

Rubro-negro volta a treinar sem autorização da Prefeitura do Rio, enquanto presidente do Vasco compara trabalho dos jogadores aos de supermercados

No dia que o Brasil bateu recorde no números de mortos por Covid19, presidentes de Flamengo e Vasco têm reunião com Bolsonaro pra tratar da volta do futebol
No dia que o Brasil bateu recorde no números de mortos por Covid19, presidentes de Flamengo e Vasco têm reunião com Bolsonaro pra tratar da volta do futebol

Por Taynah Espinoza

Flamengo e Vasco protagonizaram fatos lamentáveis durante essa semana. Tudo começou com uma reunião presencial dos presidentes dos dois clubes com o presidente da República, Jair Bolsonaro, pra tratar da volta do futebol. Reunião esta que aconteceu no mesmo dia que o Brasil bateu recorde de registros de mortes por Coronavírus em 24h: 1.179 vítimas. E eles pensando na volta do esporte. Como eu digo, aquele mundo paralelo do futebol que sempre parece tão distante do mundo real. Mas a reunião, e o almoço com todos sentados numa mesa muito próximos, foi só o início.

Reunião, que poderia ser virtual, foi presencial entre Landim, Campello e Bolsonaro. Foto: Reprodução
Reunião, que poderia ser virtual, foi presencial entre Landim, Campello e Bolsonaro. Foto: Reprodução

Depois, surgiram imagens dos jogadores do Flamengo no campo treinando. Isso sem autorização da Prefeitura do Rio, que só havia liberado fisioterapia pros atletas que estavam retornando de lesão. Mas o rubro-negro decidiu não seguir a regra que a cidade inteira deveria seguir e hoje emitiu um comunicado onde diz que “os atletas e os integrantes envolvidos no dia a dia do Ninho do Urubu informam que se sentem seguros e aptos a retomar os treinamentos em razão do protocolo de segurança e prevenção adotado pelo Departamento Médico do Flamengo”.

E aí eu me pergunto: então toda empresa que fizer o seu protocolo de segurança pode voltar ao trabalho? Será que o Flamengo não percebe que ele, como instituição e como um clube com tantos torcedores, deveria dar o exemplo de permanecer em isolamento social como deve estar boa parte do Rio de Janeiro pra tentar achatar a curva do Coronavírus?

De repente a resposta está na afirmação do presidente do Vasco, Alexandre Campello, em entrevista ao Sportv ontem. Ele questionou “qual a diferença de um jogador e de uma pessoa que trabalha no supermercado?”. Olha, sinceramente, eu não imaginei que o presidente de um clube, médico, poderia chegar neste nível de comparação. O supermercado é serviço essencial. A gente consegue viver sem supermercado? Não. A gente consegue viver sem futebol? Óbvio que sim! Que comparação mais esdrúxula!

Pelo visto, os presidentes dos dois clubes estão juntos abraçados num poço de insensatez. Os dois pensando única e exclusivamente no ganho esportivo que colocar essas pessoas em risco pode ter. Ao menos, boa parte das torcidas das duas equipes se mostra contrária a essas decisões, seja nas redes sociais ou em pichações que apareceram hoje nos muros da Gávea.

"Somos democracia" foi uma das pichações no muro do Ninho do Urubu. Foto: Reprodução
"Somos democracia" foi uma das pichações no muro do Ninho do Urubu. Foto: Reprodução

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