Abel se mostra muito irritado com calendário brasileiro e questiona jogos de volta na Copa do Brasil

O Palmeiras empatou com o Botafogo na tarde desta terça-feira (02) na última partida antes do embarque da equipe para a disputa do Mundial do Clubes. E, apesar do título da Libertadores conquistado no último sábado, o técnico Abel Ferreira não parecia muito feliz na entrevista coletiva. O motivo: o calendário do futebol brasileiro.

O treinador português se mostrou muito irritado com o número de jogos da equipe em uma temporada e afirmou que poupou jogadores para evitar possíveis lesões em seus atletas.

"Isso ao calendário tínhamos muito a falar. Palmeiras talvez seja a equipe com mais jogos. To cansado de falar nisso, as perguntas batem sempre no mesmo. Temos que estudar um bocadinho pra fazer boas perguntas também. Vamos preparar a equipe, tivemos um dia para esse jogo. O mais importante para mim é que ninguém se lesionasse e mesmo assim tivemos oportunidades pra ganhar o jogo. Dar parabéns pra equipe, pra conquistas, a mistura, quando olhamos pro nosso meio-campo, estavam no sub-20, conseguiram a Libertadores. Sabíamos que hoje ia ser um jogo difícil".

Um dos pontos de maior crítica de Abel Ferreira em relação ao calendário foi a Copa do Brasil. O treinador questionou o motivo de todos os confrontos da competição, da qual o Palmeiras é finalista, serem de ida e volta e revelou que até mesmo a Fifa se mostrou chocada com o número de jogos disputados pela equipe na temporada.

"É muito fácil cobrar, dizer. O calendário que é feito e a quantidade de jogos que nós temos, quem manda tem que pensar muito bem o que quer com tanto jogo. Fomos criticados pela Fifa pela quantidade de jogos que tínhamos. Temos que pensar que é essa Copa ida e volta. Porque a Copa é sempre em dois jogos? Ida e volta? Para quê? Sorteio, passa Palmeiras, fantástico. Não passa? Tá fora. É só perceber como se faz. Vou dizer aqui um dos meus segredos como treinador. Eu olho o que fazem os melhores e adapto para minha realidade. O futebol brasileiro precisa fazer isso. Essa final, segundo me disseram, vendeu-se pra muitos mais países, teve muito maior lucro e temos que aprender com isso. Por que ter essa sobrecarga de jogos? Dezembro tivemos nove jogos, janeiro 10 jogos, fevereiro em 10 dias, cinco jogos. Isso é de loucos! Cada vez que jogo e chego a final do jogo e não tenho lesionados, pra mim já é uma vitória. Vou estar sempre a rodar jogadores, porque é impossível não fazer essa gestão".