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15/6/1970 - Maracanazo Parte 2? Jaliscazo 70?

Seleção exorcizava fantasmas da semifinal contra o Uruguai, no Jalisco. Fifa ajudou o Brasil o mantendo em Guadalajara para o grande clássico sul-americano contra o Uruguai desfalcado de seu Pelé - o lesionado Pedro Rocha, desde a primeira rodada.

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Gérson na figurinha da Panini
Gérson na figurinha da Panini

Por Mauro Beting

Maracanazo? A vingança pela derrota na Copa de 1950?

O que os jogadores brasileiros pensavam a respeito da pauta da imprensa e da paúra de muitos torcedores no Brasil:

Félix: "eu tinha 13 anos e só pensava em jogar bola no campinho. Não via muito futebol. Só depois eu fui entender tudo que aconteceu e a importância daquele jogo em 1950. Mas jaáfaz 20 anos... Amanhã eu só me preocupo em defender a minha meta contra os uruguaios. Mais nada".

Rivellino": nem me lembro desse jogo. Eu tinha quatro anos de idade".

Marco Antonio: "eu não tinha nascido em 1950".

Tostão: "é a mesma coisa que me perguntarem sobre Brasil x Itália de 1938... Eu tinha dois anos em 1950".

Carlos Alberto defendeu a equipe das falhas defensivas e disse que ninguém ganha quatro jogos em Copas por acaso e por sorte. "Quando ganharmos também do Uruguai e da Alemanha ou da Itália na final, eu quero ver o que esses caras que nos criticam vão falar".

Everaldo afirmou que estava bem para voltar à equipe. Era só Zagallo o escalar. E que o Brasil era favorito contra o Uruguai. "Eles estão melhorando. Mas somos melhores. Não é menosprezo aos adversários. É um fato. Temos mais time e estamos jogando um futebol melhor do que o deles".

Parecia jogada ensaiada. Mas era o ambiente da Seleção. Ao menos antes de a bola rolar.

Brasil havia se preparado desde domingo, horas depois dos 4 a 2 contra o Peru, em Guadalajara, para viajar segunda-feira, 19h, para a Cidade do México, para a semifinal contra o Uruguai. Mas...

O comitê organizador da Copa mais uma vez fez das suas - como o próprio regulamento do torneio permitia, de modo absurdo: em vez de Brasil x Uruguai jogarem na Cidade do México, como a tabela previa, a Seleção foi beneficiada permanecendo em Guadalajara.

Dirigentes, jornalistas e até torcedores uruguaios protestaram com muita intensidade e barulho no hotel onde aconteceu o encontro, na Cidade do México. Um cartola charrúa mostrou para a imprensa a tabela distribuída pela Coca-Cola. De fato, ir para a altitude dificultaria o trabalho e adaptação uruguaia. Seria a terceira cidade diferente para os celestes que também brigavam pela posse definitiva da Jules Rimet. Enquanto o Brasil iria para o quinto jogo e Guadalajara.

Zagallo aproveitou a conversa com a imprensa para dizer que não era "teimoso". Que ele mudara de ideia a respeito de Tostão e Pelé, que para ele eram "incompatíveis taticamente" até um mês antes da Copa. Ele agora dizia que não apenas eles podiam jogar juntos. "Ele devem jogar juntos".

Ele, porém, não apenas se defendeu, mas também atacou o esquema tático anterior da Seleção. O 4-2-4 que Saldanha usava, com dois pontas abertos que voltavam pouco, espaçados de Clodoaldo e Gérson no meio-campo.

"Se o Brasil viesse para a Copa usando aquele 4-2-4 das Eliminatórias contra Venezuela, Colômbia e Paraguai, não estaria esse Carnaval todo pelo país. Ao contrário. O pessoal estaria bem triste..."

O treinador ficara satisfeito com o ótimo desempenho ofensivo nas quartas. O Brasil criara 22 chances de gol. Mas também concedera 11 ao Peru. Ele gostou demais do ataque brasileiro. Entendeu o desgaste físico de Clodoaldo e também de Gérson e Rivellino que voltaram ao time. O que também levou às falhas defensivas nos 4 a 2.

Nelson Rodrigues, em O GLOBO. "Tostão está entre os cinco ou seis maiores jogadores de todos os tempos".

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